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Fome fisiológica ou psicológica?

Uma vez ouvi de uma pessoa que admiro muito, que foi minha professora, que o principal objetivo em tratamento de transtornos alimentares é “separar” o emocional do alimentar, auxiliando o paciente a encontrar outras vias para lidar com suas questões, que não a via alimentar.

Quando pensamos em usar a comida para lidar com emocional, não estamos falando somente em buscar alimentos para anestesiar ou congelar sentimentos, mas também buscar alimentos para se punir, se autodestruir, fugir de algo em nós projetado nos alimentos. Concretizando uma realidade que não é a que você conscientemente deseja.

Há 2 coisas que eu geralmente faço com estes pacientes. A primeira vem da nutrição, que é os auxiliar a compreender o que vem do corpo, o que é fisiológico e que precisa aos poucos ser atendido- até mesmo para ganharem forças para lidarem com as questões emocionais na alimentação.
E a segunda é os ajudar a compreender qual é essa parte da personalidade deles que escolhe esse caminho com a alimentação.

Há uma escolha, por mais que inconsciente. E você consegue sair disso se percebe que há escolha.
Estas partes existem para proteger uma dor emocional. Elas levam a sofrimento e há prazer envolvido (um prazer negativamente orientado, destrutivo, mas que faz alguém buscar esta via).
Só de ir aos poucos compreendendo o mecanismo em você, liberando o que está guardado, isso já vai perdendo força.

Admiro quem consegue ir saindo desse “buraco”, pois sei quão profundas são as dores que levam a uma relação tão destrutiva com a comida.
Ressignificar isso é um processo muito bonito.

Escrito por Ana Paula Bechara