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Eu já tinha visto essa foto há tempos. Tinha ela no meu celular, mas não postava e abordava o assunto por achar bem pesada.
O que para mim ela mostra?
Temos um padrão estético que chega até as crianças e principalmente as suas consequências. É muito recorrente os pacientes que chegam para mim contando como foi difícil estar acima do peso na infância, como isso gerou sentimento de inadequação, de inferioridade e comparação. Como sofreram bullying.
Acabam muitas vezes parando em um ciclo, pois estes sentimentos por si só levam ao aumento da busca pela comida, na tentativa de não sentir. E ficam “viciados” em sentirem essa inadequação, inferioridade etc, como se fossem isso.
Percebo que estas crianças (como da imagem) querem se livrar no mais profundo deste lugar de julgamento, de se sentir inadequado, rejeitado. E tb os adultos com essa criança internalizada. É o que a gordura representa. É dentro.
Mas o que fazer?
Julgar e rejeitar quem está acima do peso só piora o problema. Vejo que um primeiro ponto é uma questão social que condena o excesso de peso. E uma das razões é ir contra a estética vigente.
Mas percebo que o outro lado de fingir que nada acontece tb não é saudável.
Um comer aumentado, um comer de alimentos que desconectam de si, levando ao excesso de peso, é um pedido de ajuda no mais profundo. Um comunicado.
Qdo estudei crianças obesas no mestrado, no momento que mudavam a forma de comer e passavam a engordar, estavam vivendo questões bem fortes a nível emocional. Isso em todas que estudei. Elas não estavam conseguindo lidar com o que estavam vivendo.
Então, no meu olhar e na minha forma de trabalho, é um caminho do meio. Vejo a compulsão alimentar (dentre outras formas de comportamento disfuncional) como chamados pra aprofundar no emocional. O seu sintoma com a comida pode ser um presente, se vc olhar por este prisma, pois te chama a olhar para dentro, para o que precisa ser tratado e elaborado.
Escrito por Ana Paula Bechara