Há quem considere a anorexia, bulimia e a obesidade como faces de uma mesma moeda. Problemáticas com raízes similares e expressões diferentes na forma do sintoma.
Problemáticas da falta, da oralidade. Sofrimentos psíquicos com sintomas orais, que escondem angústias arcaicas. Geralmente há uma questão com:
– O limite entre eu e o outro (por exemplo, estar completamente cheio e seguro ou completamente vazio e controlado deste outro).
– A figura materna, que de alguma forma teve falhas na função de continente. O que gera vazio e dependência com o outro (“refletindo” este outro também na relação com o alimento).
– O lidar com as frustrações e a segurança no ir para a vida.
– O contato com a sexualidade (por exemplo, comum anorexia começar no momento que menina se torna adolescente e vai desenvolvendo características do corpo de mulher).
– O contato com o corpo. A expressão do sintoma neste e na relação com este pode dar sinais do conflito inconsciente. Muitas vezes há distorção da imagem corporal e geralmente há depreciação corporal.
– A agressividade. Na anorexia, esta aparece contra o próprio corpo e a vida. Na bulimia aparece nos atos purgativos (em que joga o objeto ruim para fora) e na obesidade geralmente atrás de uma passividade.
Importante ressaltar que uma pessoa pode não vir a desenvolver uma destas doenças, mas pode ter aspectos mais sutis desta, podendo também ter raízes similares. Por exemplo pessoas que controlam muito o que comem, que há um medo constante, levando a um estado vigilante. Pode não ser anorexia nervosa, mas há algo interno não integrado levando a este movimento fora.
Escrito por Ana Paula Bechara