A pessoa real do analista

No livro “Manual de Técnica Psicanalítica”, o psiquiatra e psicanalista David Zimerman aborda o tema da pessoa real do analista.
Para este autor, além da transferência e das projeções do paciente no terapeuta, os valores pessoais e atributos do terapeuta participam do curso da análise.

Alguns tópicos abordados por ele:
– “Match”: cada dupla paciente- terapeuta é única. Existe uma “química” única neste encontro. Um paciente pode caminhar bem com um terapeuta e não com outro, mesmo que de mesmas correntes.

– Analista como um novo modelo de identificação: da mesma forma que a criança se constituiu a partir de identificações (sadias e/ou patógenas) com seus pais, o paciente constrói novos valores e posições a partir de identificações com o analista.
O paciente capta como o analista enfrenta angústias, como percebe e pensa a vida, como discrimina fatos e sentimentos, como impõe limites e concede liberdade e como acredita nele (paciente).
Zimerman fala que este processo é de essencial importância principalmente aos pacientes com fortes identificações patógenas ou para aqueles que apresentam vazios (cognitivos e afetivos) que os pais não conseguiram preencher- nestes casos, muitas vezes, o paciente percebe que há modelo bastante diferente daquele habituado desde a infância.

– Porém, independentemente das características do analista, o paciente irá repetir com o analista a transferência materna (a qual transparece nas funções de continente, por exemplo) e a paterna (como no frustrar de demandas e nos limites).