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O “eu do transtorno alimentar” é apenas uma defesa para uma dor

Gosto de falar sobre o “eu da doença” com os pacientes com transtornos alimentares pois os ajuda a identificar este eu psicológico, que no fundo é uma defesa para dores. Identificar, primeiramente, auxilia a distanciar e ir compreendendo o que ele esconde (como nossas angústias, conflitos, incômodos, sentimentos negados).

Ele foi uma forma criativa que arrumamos para lidar com nossas questões mais profundas.
Um aspecto da nossa criança ferida. Que age e pensa de uma determinada maneira, como uma defesa. Mas as dores que ele protege estão lá atrás, na nossa infância. E isso nos gera sofrimento, pois ele nos puxa para um lado oposto ao que conscientemente desejamos ir.

E quais são exemplos do que fazemos com nosso corpo e alimento, a partir desta parte dentro de nós?
Podemos tentar nos preencher, buscando um alívio e acalento;
Podemos tentar nos proteger através do alimento e do excesso de gordura;
Podemos ter medo de amadurecer emocionalmente, guardando aspectos da criança registrados no corpo físico;
Podemos ter um medo do outro que alimenta, rejeitando o alimento, pelo que este está representando;
Podemos buscar colocar sentimentos que ainda não digerimos para fora (em um vômito) ou para dentro (em uma compulsão);
Podemos representar a desconexão que temos com nós mesmos, sentindo um buraco tão profundo a ponto de buscar algo fora para nos preencher.

Podem ser muitas coisas. Começar identificando é um ponto de partida para trabalhar o que há embaixo, trabalhar suas razões de existir, para assim possibilitar a mudança, o amadurecimento emocional nesta area da sua vida. A cura precisa acontecer dentro, para conseguir modificar fora.

Faz sentido para vc?

Aproveito para deixar o convite para o workshop do Curando o Comer que darei agora em novembro (fale com a gente pelo Whats!).

Um beijo!

Escrito por Ana Paula Bechara