Groddeck dizia que nosso inconsciente se expressa em nosso corpo físico e nas doenças que este vem a apresentar. E dizia que o sintoma da doença deveria ser ouvido e bem observado, pois conta sobre o conflito inconsciente.
Dizia que o corpo reflete o que está escondido no inconsciente, sendo o próprio sintoma uma forma simbólica do conflito e também uma maneira de satisfação de desejos inconscientes.
Neste sentido da psicossomática, há autores que falam que quanto maior o corpo na obesidade, maior o vazio que a pessoa carrega.
Observe que na compulsão alimentar ou na alimentação emocional há o desejo de preencher constantemente com a comida (ou sempre que sentir precisar de algo ou alguém no emocional). A comida entra como a melhor amiga, sempre presente, que alivia o desconforto, está ali para o que der e vier, significando um amor sem limites.
É tão difícil de mudar estes hábitos pelas ideias que se tem do alimento, por associações que fazemos desde muito cedo relacionadas a ele. E por embaixo existirem dores, que às vezes acreditamos que não conseguimos lidar.
Mas importante refletir: que amor é esse que se torna tóxico, gera dependência e não nos deixa enxergar (pois nos anestesia)? Não seria melhor olhar, pouco a pouco, para o que o movimento com a comida está escondendo?
Escrito por Ana Paula Bechara