

Neste post venho falar um pouco da minha experiência com impermanência, do que aprendi e ainda aprendo. E de algumas relações com problemáticas alimentares.
Impermanência diz respeito à tudo que é vivo. Tudo que é vivo muda a todo instante.
Eu percebi em mim que muito do sofrimento que eu estava carregando era por não aceitar as mudanças naturais da vida. Os ciclos que começam, ciclos que terminam. Trabalhos que começam de uma forma e que vão se transformando durante todo o percurso. Relações que se transformam.
Nos grupos e individuais que conduzo percebo isso a todo instante. O trabalho vai se atualizando.
Fazendo um link com os transtornos alimentares, na anorexia nervosa, geralmente há uma dificuldade em deixar a infância e começar a transitar para a vida da adolescente e da adulta- há apego, algo prendendo lá de trás, uma posição a se manter. Na compulsão alimentar também, uma dificuldade em deixar o suporte, em enfrentar as frustrações sem precisar ter algo (que representa alguém) para se segurar. Em ambos uma dificuldade em deixar o passado e deixar chegar o novo. O novo que claramente requer a coragem, a dedicação e o desenvolver novas habilidades antes não trabalhadas.
Então, finalizando este texto sobre impermanência, deixo meus sinceros votos para que aprendemos a arte de nos transformar, de deixar a vida pulsar, de aprender novas habilidades em cada momento que se apresenta. E de aprender a olhar e integrar o que do passado ainda está em aberto, já caducado, para que possamos abrir mão do que nos atrapalha e poder seguir em frente.
Escrito por Ana Paula Bechara