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Pacientes como professores de uma busca interna mais profunda

Autoaceitação e as pérolas interiores

Hoje quero contar uma coisa sobre minha carreia para vocês e como meus pacientes foram meus professores de uma busca minha interna mais profunda.

Quando comecei o trabalho com pessoas, atendia em nutrição. Mas sempre o que me instigava nos seus discurso era o que de mais profundo estava determinando a ocorrência daquela relação com corpo e alimento que não conseguiam mudar.

Eu sentia que eu estava trabalhando com os pacientes certos, mas não da forma certa. Até porque eu mesma já havia enfrentado questões difíceis com a alimentação e corpo. Sabia o quão profundo eram.
E percebia que aquela forma de trabalhar não tinha a ver comigo. Sentia que aquelas pessoas traziam dores tão profundas, que era tocava o âmago do meu Ser, mas que naquele momento, com a formação que eu tinha, eu não conseguiria ajudar.

Senti muita angústia nesse percurso, me questionei diversas vezes sobre transição de área. Mas a angústia também foi uma força motora para eu buscar o que de fato fazia sentido para mim. Fiz uma segunda formação, me tornei psicanalista, fiz meu mestrado sobre aspectos psicológicos da relação mãe e filho na obesidade, capacitação em psicologia para transtornos alimentares, dentre outros cursos e capacitações nestas áreas.
E percebi que a transição se deu na forma de atender. Com a escuta psicanalítica, além de outros instrumentos, é possível adentrar em dores profundas que os pacientes carregam e que chegam estas relações com seus corpos e o alimento.

Lá no início foi no contato com pacientes que tive este instigar a uma busca profunda por mim mesma, por o que fazia sentido para mim. E, hoje em dia, este trabalho com pessoas em um lugar tão profundo também segue me instigando de outras formas. Pois não tem como trabalharmos com o outro, sem aprofundarmos em nós mesmos!

Hoje ainda sigo em formação, pois percebo ser importante a gente sempre seguir se aprimorando, tanto em cursos em nossa área de atuação, quanto no autoconhecimento.

 

Escrito por Ana Paula Bechara